Paralelo 8 tem roteiro, direção e seleção musical de Moisés Neto. É uma viagem lírica que usa a dança como forma de expressão e a literatura como base.

A estética buscada na encenação por Moisés Neto é a afrociberdelia, conceito forjado por Chico Science que mescla as influências da cultura africana, cibernética e psicodélica. Isto está na concepção geral do espetáculo e deve perpassar todas as camadas que envolvem esta criação.

O roteiro ganhou o Prêmio Klaus Vianna oferecido pela FUNARTE.


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Por Marcelo Lira. Clique nas fotos para ampliar


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RECIFE PARALELO 8 - Balé com direção e roteiro de Moisés Neto (Prêmio Klaus Vianna - FUNARTE) Coreografia: Black Escobar Figurino e cenografia: Henrique Celibí. Companhia DANTE de Dança e Teatro. Pernambuco.

Com: Patrícia Cruz, Renato Dubeux, Simone Carvalho, William Manuel e Bárbara Castro. Convidados: Fernando Salles, Marcelo de Paula e Osmar Sodrer.
Moisés Neto fala sobre Recife - Paralelo 8.

Matérias publicadas
DESTAQUE DANÇA
Viagem lírica pelo Paralelo 8
Jornal do Commercio (Recife)  
Matéria publicada  em 04.06.2007

A Dante Cia. de Dança e Teatro estréia hoje, no Teatro Armazém 14, temporada do espetáculo Recife – Paralelo 8, que se repete amanhã e segue durante os dias 11, 12, 18, 20 e 21 deste mês.

O título faz referência à posição geográfica da cidade: o paralelo 8 do Hemisfério Sul. O grupo define o espetáculo como “uma viagem lírica que usa a dança contemporânea como forma de expressão e a literatura como base para sua dramaturgia”.

E o objetivo é mesmo pretensioso: contar a história do Recife desde suas origens, quando os jesuítas encenavam seus autos como forma de catequese, até o Movimento Mangue, que reinseriu a cidade no mapa das artes mundial.

Para levar a cabo seus objetivos, o diretor Moisés Neto e o coreógrafo Black Escobar buscaram inspiração na poesia épica do judeu Bento Teixeira, nos poemas de Gregório de Matos e nos textos de Frei Caneca e Castro Alves.

Por meio da linguagem alegórica, a encenação e a coreografia tratam de boa parte dos eventos históricos e personagens que ajudaram a construir o DNA do Recife. Estão de alguma forma em Paralelo 8: a Corte de Nassau, a Batalha dos Guararapes, a Guerra dos Mascates, a construção do Teatro de Santa Isabel, da Faculdade de Direito e da Escola de Arte do Recife, o processo de favelização e a construção do mocambo, o modernismo e seus poetas (Ascenso Ferreira, Manuel Bandeira, Mauro Mota, Joaquim Cardozo, Carlos Pena Filho, João Cabral de Melo Neto), a psicodelia dos anos 60 e 70, o Golpe Militar, o metrô e os shopping centers dos anos 80, o movimento Armorial e – ufa! – o centenário do frevo.

Todo esse mosaico, no entanto, é filtrado por uma ótica bem pop e contemporânea: a “estética afrociberdélica” forjada por Chico Science, que perpassa todos os momentos da encenação.

Além da direção e roteiro de Moisés Neto e da coreografia de Black Escobar, o espetáculo tem figurino e cenografia assinados por Henrique Celibí. A seleção musical contou com o apoio de Patrícia Cruz, que também está no elenco, ao lado de Renato Dubeux, Simone Carvalho, William Manuel e Bárbara Castro. Completam o casting os bailarinos convidados Fernando Salles, Marcelo de Paula e Osmar Sodrer.

RECIFE - PARALELO 8
 
Desenhos Produção: Patrícia Cruz, Black Escobar e William Manuell
Grafitagem: Zone
Registro e edição de imagem/som: Eduardo Couceiro e Rômulo Farias
Criação e Operação de Luz: Eron Villar
Programação Visual: Giorrdani Queiroz

Teatro Armazém 14 (Rua Alfredo Lisboa, Cais do Porto, Bairro do Recife)






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