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![]() É fácil perceber a leveza na qual o autor produz sua obra, reproduz sua vida e seduz o leitor, com a dureza de suas palavras diretas, sem rodeios, atingindo o lirismo incontido e expresso profundamente em sua arte. Ele não procura a expressão melhor em cada verso para expressar seu lirismo, pois já possui, em sua alma, uma excelente expressão artístico-poética. A produção deste artista é coberta e recheada por suas raízes, por sua terra e de suas terras, seja no Recife, no Janga, no Rio de Janeiro, no Cairo, em Lisboa, em Barcelona, em Havana ou em qualquer lugar do mundo que ele vive percorrendo: Moisés não está só. Ele está sempre dentro dos mundos e fora deles, com uma visão de águia sobre sua presa, sentindo os cheiros dos arredores. Um cérebro não pára, um cérebro nunca está só, está acompanhado de idéias e pensamentos que só ele sabe até o momento que fala. Moisés não pára, Moisés não está só... não é egoísta, compartilha com os leitores seu mundo, despertando fome de poesia e alimentando-nos. Qualquer coisa sem importância logo muda de figura se for poetizado por ele: Lobos, Medula, Tarântula, Licor, Bar, Filme, Folhetim, até pergunta: Qual o sentido de ser feliz?, mas não é para responder, é para catucar. Neto observa cada traço do seu objeto poetizado, representa cada momento com suma grandeza, cada sentimento próprio ou alheio é retrato, cada movimento faz parte de suas considerações. A categoria depositada por Moisés Neto em sua arte (seja ela dramática, lírica, ou qualquer outra) é exclusiva de um artista que inclui em suas obras o submundo, os subumanos e os suburbanos, aos quais se entrega c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e. Bárbara Andalúzia, professora. |
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