Produção da Ilusionistas. Casa da Cultura- 1992. Com Simone Figueiredo no papel de Medéia. Direção de Moisés Neto.

(Medéia está presa em gestos mágicos a água quente. O vapor. O fogo ardendo. No palco vemos os objetos cintilantes. Seus frascos. Ela bebe num cálice pequeno uma bebida que muito a excita. Seu pequeno laboratório parece saído de um baú. Tudo pode ser também como um quarto de brinquedos ou um hospício)

- Eu sou uma menina, eu sou uma mulher. Uma velha. Uma santa, uma bruxa. Eu sou uma senhora traída. Rejeitada. Abandonada. Esquecida atrás de um telefone. Perdida num computador. Tudo que fiz na vida parece inútil. Muito inútil. Inútil demais até.
Eu estou louca.
Ah, meu grande amor.
Se eu tivesse força eu te matava. Eu me banhava no teu sangue.
Aqui, neste lugar tão provisório.
Ah, menino maldito. Castigo dos Deuses.
Eu que te esperei. Fiz-te tão forte. Embalei teus sonhos mais loucos de futuro.
Como podes me deixar assim? Não vai ser fácil não. Não vai ser fácil de jeito nenhum.
Eu falo com Satanás. Eu imploro a Deus. Eu rezo. Eu oro. Eu peço justiça.
Eu estou só. Tudo está quebrado e fora do lugar, mas tudo vai brilhar novamente. Meu futuro vai ser lindo e cheio de coisas boas para você e para mim. Eu tenho fé. E é esta fé que me dá forças. Eu farei; feitiços tão fortes que hás de enlouquecer longe de mim.
Vamos recomeçar o nosso caso. Nosso romance.
Ah!Riremos sobre o que passou, seríamos leves. Felizes novamente, eu tenho certeza.
Ficaremos em casa só nós dois. Sem atender ninguém agarrados num gozo tão profundo, tão bom. Voltaremos a ser inocentes.
Eu estou com raiva agora. Tudo me oprime. Mas vou dar a volta por cima. Eles dirão:
æ Medéia voltou, finalmente.
O cenário do nosso lugar. Aquele que dividimos todos esses anos.
Meus olhos te procuram. Meus olhos são duas bolas loucas. Perdidas no espaço meus olhos enfeitam o céu sobre a cidade.
Meu sexo está ardendo.
Minha magia me atormenta.
Eu sou Medeia, a bruxa, eu fui abandonada.
Eu devo ter feito por merecer. Isso não importa. Num momento de confusão.
Eu te amo tanto! Eu te amo muito e não sei viver sem você. Se você me deixar. Se nunca mais voltar aqui. Se me deixar eu me mato! Eu mato as crianças, eu vou explodir o mundo. Eu transformo gente em merda. Eu incendeio este lugar até o inferno!
Jasão volta!
Jasão larga tua amante.
Marido meu. Volta pra mim.
Eu que só sei ser tua.
Tua puta. Tua porra. Teu lençol. Tua minha vida toda.
Sem estar contigo eu sou feia. Não que me faças bela. Mas com você eu sou todas.
Não me esquece Jasão.
Rá! (pausa) Rá-rá-rá! (risada assustadora).
Eu sou uma jóia bem trabalhada pelos melhores artesãos dos demônios.
Rubis. Pérolas. Diamantes azuis. Algas marinhas. Um carnaval, um ácido corrosivo.
Eu vou te abraçar de novo querido. Você é meu para sempre. Vamos dormir outra vez no nosso paraíso.
Eu serei tua esposa novamente e fico lhe esperando.
Arranjarei tudo que você precisar. Todos os seus desejos. Até os mais loucos.
Minha magia será tua. Trarei mil menininhas para você. Farei churrascos. Recepções finíssimas. Música popular. Viajaremos o mundo todo. Lugares exóticos que tão bem conheço.
Esse momento sem ti, esses meses, tudo vai ser esquecido.
Se você não quiser trepar mais comigo eu entendo.
Esse negócio de sexo, você sabe, para mim não é tudo.
Eu faço qualquer coisa, mas... Volta pra mim!

Ne me quitte pas! (chora)
Ne me quitte pas!
Não me deixe só.
Não me deixe só nunca mais.

Eu não vou agüentar nem mais um dia. Hoje eu decido tudo. Antes do teu casamento é o tempo que eu te dou. Depois? Queres mesmo saber o que farei depois?
Eu pego minha vassoura e vou embora (ri)
Eu subo no carro dos deuses.
EU pego um avião supersônico. Transcendental. Eu vou embora e os daqui nunca mais verão Medéia desse jeito que ela está agora.


Sabe como eu me sinto?
Eu me sinto como uma coisa “jogada fora”.
Mais do que traída eu estava me sentindo fria e ansiosa. Apagada. Sem perspectiva. Mas a idéia de matar para executar a minha vingança foi me dando forças, forças!.
Eu acabo com tudo e vou embora.
Sabe por quê?
Porque eu te amarei para sempre e nunca vou matar você.
Mas também nunca mais você vai se feliz.
E depois que passar o tempo de você voltar para mim, que é o tempo da piranha que está com você morrer, depois de passar este tempo e você não voltar até amanhã...
Depois eu não quero mais.
Depois de amanhã Medéia será ela mesma de novo.
E todos dirão:
-Medéia voltou.!
Haverá um novo mundo para Medéia ,porque Medéia tem magia e...nenhum mortal pode derrotá-la injustamente, como fizeste Jasão.
Como fizeste...de uma maneira mentirosa...e mesquinha!
Prometeste amor eterno. Que serias meu!
E foste. Foste para longe de mim. Enganando-me com quem, não vale metade de mim!
Não soubeste perdoar nada em mim.
Chamavas-me de rainha. Adulando-me
Enganando àquela que tudo te deu.
Deixando-me louca!
Agora é tudo ou nada.
Chegou minha vez.
Não posso mais esperar.
Amanhã este antigo mundo verá o sol pela última vez. Com o pôr-do-sol amanhã escurecerá para sempre o velho mundo de Medéia.
Eu vou nascer de novo com ou sem você! Com ou sem esta cidade.
Eu sou maior. Minha arte é imortal.
Eu tenho poderes inimagináveis.
Eu sou bruxa, bem sabes.
Contra mim a poderosa família não vale nada! Nada! Bosta! Cocô cheio de vermes e mosquitos toda a riqueza. Se eu pareço velha para um rapaz forte e bonito, como você Jasão.Se tens nojo de mim e finge me ignorar completamente. Se falas mal de mim ou não, isso já pouco me importa.
Os astros amanhã anunciarão o início de um novo ciclo.
A lua me encontrará rejuvenescida. Brilhante com minhas novas roupas,novo penteado,nova maquiagem, novo olhar. A partir de amanhã à noite recolho todo meu poder. Preparo-me para isto há algum tempo. E as estrelas atrás de mim elevando-me na solitária colina:
Medéia partirá para sempre ! E o sol do primeiro novo dia raiará fervoroso e cheio de novas promessas e seu serei mais esperta. Nada restará de meu casamento contigo.
Nada. Nenhuma lembrança. Destruirei tudo e cuidarei para que sofras. Para que, sofras muito e pagues cada lágrima, cada minuto de envelhecimento que causaste.
Jasão menino maldito!
Até hoje nesta prisão, eu deixei teu espírito me consumir...matar-me com lembranças.
As coisas ficaram se repetindo e eu procurando dentro de mim, cada vez mais mergulhando no fundo de mim mesma. Derretendo meu cérebro.
Por que os deuses me fizeram esperar tanto?
Quantas correntes precisaram ser rompidas para que eu me decidisse afinal?
E os nossos filhos?
Você imagina o que farei com essas duas crianças quase tão abandonadas quanto eu?
Sim. Porque eu fui mais abandonada do que essas crianças, filhos teus, que passaram pelo meu útero. Meu ventre!
Eu pari dois filhos para você.
E essas duas crianças ? Quatro olhos teus olhando para mim.
Eu não quero nada disso.
Meu poder de renascer será só meu.
Minha magia eu receberei de volta, enquanto tu, Jasão, tu que me desprezaste de modo tão absoluto, tu homem que amei viverás o horror, o que fizeste comigo vai te custar o resto da tua vida. Pagarás. Hás de me pagar, maldito Jasão. Não haverá lugar de paz.
Serás como um cachorro de rua!
Doente, faminto, sonolento. E as feiticeiras do inferno brincarão com a tua alma e com as almas que ousarem te ajudar. Eu salgarei a Terra, toda, ao teu redor nada mais nascerá.
Continuarás vivo, mas tenho certeza que depois de amanhã preferirás a morte. Logo tu, que hoje sorris tão confiante, não imaginas o que te aguarda amanhã...
Deixei de ser bruxa para te fazer feliz. E como me pagaste? Pensas que o jogo acaba assim? Não meu filho. Não mesmo! Meus poderes voltarão!
Estes, meu pai, rei da Cólquida ! Hécate, minha mãe, poderosa sacerdotisa, deusa lunar que domina os mistérios da morte ! Ajudem-me! (Medeia aqui faz gestos de invocação)
Ao lutar pelo Tosão de ouro, o talismã maldito iniciou- se a minha miséria.
Para salvar o homem que amo... assassinei meu irmão ! e pra quê?...
Ó minha madrinha Circe que amargura sinto na minha boca. E como está negra a minha alma.
Quero matar. Quero fazer sofrer! Mas não te matar .
Morrerão a cachorra nojenta que te roubou de mim e o pai dela. Morrerão nossos filhos, e para você meu querido, só restará o suicídio, a desgraça. Não terás um segundo sequer de paz. enquanto eu...(ri) partirei em segurança e reconstruirei minha vida, ao lado do meu pai, que me perdoará.Eu sei.
E quanto ao sonho dos argonautas, o sonho dos teus amigos imbecis, eu só tenho que gargalhar (gargalha) gargalhar muito.
São rápidos? Têm uma centena de olhos? Ninguém me pega!
Tua força está quebrada Jasão! Quebrada! De nada vale a força de Hércules ou a música de Orfeu.

- Eu sou Medéia do Sertão. Deserto tão grande.
Sou eu Medeia
Eu quis ficar só porque cansei das multidões inúteis!
Eu sou Medeia, a mãe abandonada.A esposa abandonada.

A árvore enlouquecida pela tempestade com dois frutos, seus, dois filhos.
Medeia, que tem dois filhos e não é mãe nenhuma.
E vocês olham daí, ó espíritos, minha estranha agonia.
Sou Medeia sem paz.
A bruxa que já decidiu depois de quase enlouquecer para sempre.
Conviver com a sua desgraça transmutando-a. Misturando filosofias, passando a bola pra frente.
Tu aí, demoniozinho que testemunhaste várias crucificações. Você é invisível, mas eu imagino teu rostinho curioso de saber se as danações atingiram seu alvo.
Que mal fiz eu aos infernos para esta revolta e maldição contra sua feiticeira, que já foi tão útil e fiel ?
Por que fizeram isso com meu destino? O que querem de mim?
Eu sou Medéia, incompreendida. Pensam que eu vou me embebedar?
Pois olhem e olhem bem. Este corpo tenso e furioso com a tristeza e decepção.
Este corpo já atravessou tantas batalhas.
Já viu o orgulho, de vários povos, espatifado. Já vi rainhas destruídas, reinados em chamas apavorantes. Sei muito bem para que serve a esperança trazida pelas crianças.
As crianças. As crianças. As crianças.
Eu fui Medéia despedaçada.
Agora me recompus.
Agora vou lutar novamente.
Hoje sinto o perfume do meu destino sangrando meu novo amanhecer.
É tão bom dizer adeus a mim mesma.
É tão bom dizer adeus a mim mesma.
Adeus Medeia, adeus.
Eu sinto saudades de você Medeia. Mas, num novo porto outras Medéias me ensinarão novos jogos,novas orações, novos feitiços para ser feliz e ter saúde.
Oi, Medéia! Tudo bem?
Hei, Medeia?
É sempre assim na vida: ganha-se perdendo. Perde-se ganhando.
Sou Medéia que ri.
Que ri muito agora (ri).
Eu sou o sobejo da morte.
Eu vomitei minha alma vermelha quando fui esfaqueada.
Vomitei minha alma vermelha quando quiseram me esquartejar.
Eu gemi, eu gritei ali, naquela agonia, me torcendo. Andando milhas, andando quilômetros dentro de mim, viajante solitária do meu deserto imenso, magníficos cenários para o meu desfile, minhas buscas. Eu mulher peregrina.
Só um pensamento me persegue como num sonho repetido muitas vezes:
“Trabalha Medeia, trabalha e compõe tua música”. Eu fui entendendo assim que a vida, não, não, não é algo muito horrível. A vida não é algo muito horrível e, e, e, o ser humano, ah, o ser humano! O ser humano, não é, algo muito insensato.
Mas qual é a essência do mundo?
Pra quê vivemos? Será que é somente para gerar filhos?
Meus filhos... (pausa)
Quando me precipitei sobre a minha desgraça eu estava cega. Detive-me um pouco. Mantive a cabeça erguida mesmo com tantos espinhos a espetar minha alma.
Hoje eu somo, divido, diminuo, multiplico, equaciono, digito, dirijo. E se doravante me desgraçar novamente será apenas questão refazer meus cálculos.
Sofrer é um erro de cálculo.
E o único pecado é a ignorância.
Você parece calmo em relação ao que está acontecendo.
Aparentemente você se sente... Vitorioso! Mas Jasão, isto que te envolve, todas estas pessoas, toda esta aparência de grande família, isto tudo vai te custar muito caro.
Tu arruinaste minha vida propositalmente.
Aproveitaste minha ingenuidade para contigo.
Por isso entôo estas palavras de maldição!
Tudo que é bom pra ti cessa de existir quanto eu matar nossos filhos!
Tuas mãos frias não poderão tocar o sangue dos infantes.
O sangue de nossos filhos.
Que crueldade, Jasão.
Como pudeste ser tão ruim?
Miserável!
Eu queria dizer mil vezes.
Queria que todos pudessem ler meu pensamento e vissem na tela da minha mente você do jeito que você é.
Se essas pessoas pudessem ver o teu lado escuro do jeito que vi...
Tua malícia vai ter um fim hoje.
Que delícia.
Está tudo acabado entre nós.
De ti nunca mais terei notícia.
É como sair de uma peça no teatro. É como se eu não tivesse compromisso com o drama vivido pelos personagens da farsa.
Deixarei tudo isto para trás.
Nunca mais pensarei nisso.
Vou lutar por mim.
Beberei. Dançarei. Dormirei com reis. Novamente serei eu mesma. E de todo esse sonho bobo de formar um lar restará um vento soprando, uma sala vazia.
Nosso amor será como um vento soprando numa sala vazia: nada!
Nenhuma foto. Nenhuma roupa. Nenhum pensamento. Um móvel. Um imóvel.
Nada. Não restará nada.
Medéia partirá numa grande explosão de tudo que ela quis.
Adeus minha gente. Adeus.
Gostaria de sair à francesa. Mas não posso.
Poderia fugir com meus filhos. Mas eles são peças fundamentais. São os peões que darão o xeque-mate que tanto anseio.
Ó deuses!
Eu os invoco neste momento.
Senhora de todos os momentos.
Ó rainha das coisas mais sagradas !
Proteja-me com o seu manto absoluto.
Dê-me força nesta hora tão suprema de decidir. Novo rumo de vida mais uma vez.
Por todas as minhas lutas.
Ó mãe das mães dá força. Para esta Medéia que te invoca neste momento.
Perdoa gesto tão forte. Mas foi minha única resposta.

Teu braço não poderá me atingir, Jasão. O sol é meu avô e protege-me contra meus inimigos. Sou ruim? Sou nojenta? Causo horror? Como ousarei olhar o céu e a terra depois de cometer mais este crime? Depois de matar meus filhos para vingar-me do meu marido?
Ora, se matei meu irmão, meu amado irmão e traí meu pai por te amar...
Jasão, eu matei meu irmão pelo nosso amor.
Pelo nosso amor fracassado serei capaz de coisa pior. Você bem sabe.
Eu sou uma leoa feroz. Um rochedo misterioso que afundará teu poderoso navio.
Tu marinheiro.
Tu argonauta.
Marinheiro safado. Guerreiro de bosta!
Ingrato! Entreguei o que restava da minha juventude e tu tentaste me destruir.
Pois agora vou ensinar esta canção aos seres humanos.
Não entreguem seus filhos para sofrerem lentamente. Não deixem que a felicidade do teu algoz insulte tua dor!
Destrua! Destrua tudo minha amiga! Meu amigo saiba atingir o coração do teu senhor. Faz do teu carrasco um ser tão sofredor o tanto quanto ele te fez sofrer! Com isso sofrerás menos.
Meus filhos me escutem: foi a perversidade do pai de vocês que nos perdeu!
Foi o ultraje dele. Casar-se de novo. Nos abandonar de modo tão vergonhoso depois de tudo que prometeu.
És mentiroso! Mas não supunha que fosses tão ruim.
Tão ! “homem podre” como és.
Filho da puta.
Maldito ventre que te jogou neste mundo.
Ofendeste minha alma no mais profundo do meu ser, Jasão! Fizeste-me louca, catando pedaços de mim e descobrindo que faltavam partes. Você escondeu meus pedaços. Quis envenenar minhas esperanças, mas agora é tarde demais.
É muito tarde e eu tenho que ir.
Pode me odiar, Jasão. Eu também detesto tua palavra odiosa.
É um prazer me livrar de ti.
Depois, enterrarei meus filhos num bosque sagrado. E rezarei para sempre para purificar-me do impiedoso assassinato.
Nenhum deus ouvirá a tua prece, ó esposo infiel! Nem sequer um espírito maligno confiaria em ti, ser asqueroso. Vai enterrar a tua jovem amante. Teu futuro te reserva as mais amargas lágrimas. Espera pela velhice!
(Blackout- Sons de duas crianças gritando apavoradas, gemendo. Medeia grita desesperada .Sons terríveis.Ventos. Trovões. Correntes. Etc.)

Nossos filhos foram queridos por mim, não por ti.
Eu os matei para te despertar. Nunca mais beijarás os lábios dessas crianças. Crianças que você rejeitou. Seus filhos.
Agora tua súplica é inútil. Nossos filhos...trucidados pelas mãos de uma mãe tão abandonada.
Eu!
Ah! Antes não houvessem nascido.
Que fique disto tudo uma lição: Muitas vezes Deus nos surpreende na execução de sua vontade. O que esperávamos não acontecesse e aí . . . devemos estar atentos para novo caminho que se abre.
Precisamos ser fortes !
Precisamos ser fortes ... Precisamos ser fortes...

(sons de violinos vão se intensificando enquanto uma estranha luz vermelhe se intensifica e vai esmaecendo. Tudo fica claro subitamente.Medeia levanta-se. Encara a platéia . Blackout final)


Fim da “Medéia de Moisés Neto”.




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